Por Folha Gospel
Na semana passada, o pastor Silas Malafaia disse que ia "arrebentar" Haddad por causa do "kit gay". Malafaia é aliado de José Serra.
O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse ontem que seu adversário José Serra (PSDB) faz ataques pessoais a ele quando critica o kit contra a homofobia produzido durante sua gestão no Ministério da Educação.
Em entrevista à Folha, o tucano disse que o chamado "kit gay" era de doutrinação e malfeito. O material visava combater a homofobia nas escolas, mas sua distribuição foi suspensa pela presidente Dilma Rousseff após críticas da comunidade evangélica.
"É um ataque pessoal. Ele [Serra] sempre distorce a informação, eu não vou mais comentar. Eu já estou cansado desse tipo de ataque", afirmou o petista.
Questionado sobre a possibilidade de produzir um kit semelhante em caso de vitória na eleição, Haddad disse: "A prefeitura tem um material. Tanto a prefeitura quanto o Estado têm materiais. É constitucional".
A Secretaria Municipal de Educação disse que o combate a todo tipo de preconceito é trabalhado em sala de aula, mas que não possui um material só sobre homofobia.
A pasta estadual informou que também não possui material exclusivo sobre o tema e que o "combate à discriminação em todos os aspectos, inclusive sexual" é abordado no programa "Prevenção também se Ensina" e em atividades pedagógicas.
Haddad não respondeu se pretende reformular o material em uma eventual administração sua. "Vamos parar de discutir coisa sem importância, que já está resolvida, e vamos discutir a cidade."
Na semana passada, o pastor evangélico da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo Silas Malafaia disse que ia "arrebentar" Haddad por causa do "kit gay". Malafaia é aliado de José Serra.
Na tentativa de minimizar o efeito das críticas e se aproximar do eleitorado católico, Haddad recorreu ao candidato derrotado do PMDB Gabriel Chalita, com quem foi a uma missa na sexta-feira.
O peemedebista, que é ex-coroinha e ligado à Renovação Carismática, reedita papel da campanha presidencial de 2010, quando defendeu a então candidata Dilma de polêmica sobre o aborto.
Em discurso antes de carreata no Jaçanã, na zona norte, Haddad tentou evitar o clima de favoritismo e pediu que a militância do partido continue mobilizada. Na última pesquisa Datafolha, Haddad teve 47% das intenções de voto, contra 37% de Serra.
MENSALÃO
O candidato do PSDB voltou a citar ontem o julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal) ao negar que tenha subido o tom das críticas a Haddad na última semana.
"O que elevou a temperatura foi a condenação que o STF fez a altos dirigentes do PT, do governo Lula e, portanto, ao próprio PT", disse.
Serra também disse que não é ele quem traz o tema à campanha na cidade.
"[O julgamento] está todos os dias na televisão, nos jornais. Quem está introduzindo esse tema é o Brasil, não é uma simples candidatura em São Paulo."
Fonte: Folha de São Paulo
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