quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Aborto, você é a favor ou contra. Leia o debate entre dois pastores que tem opiniões diferentes sobre o assunto.

Por: Jr Parise

Os debatedores são:
Pr. Jair Viana (A FAVOR) , Jornalista, Radialista, Teólogo (I.T.Q)
Pr. Altair Pereira da Silva (CONTRA), Bacharel em Teologia, Presidente da Igreja Presbiteriana Renovada de São José do Rio Preto - SP, e Presidente da ADAN (Associação de Amigos dos Necessitados).

O tema de escolhido foi : Aborto, você é contra ou a favor?


POR QUE SOU A FAVOR DO ABORTO - Pr Jair Viana

Sim, vamos abortar o tabu.
Carminha, de 14 anos, sozinha, sai da igreja, numa quinta-feira de inverno. Sua casa fica a seis quadras da igreja. As casas pelo caminho estão fechadas. As famílias se recolhem cedo e agasalham-se com medo do frio.
Carminha segue. De repente, a menina é atacada por dois rapazes que ocupam um carro. Ela é levada para um local afastado e violentada. Doze horas depois, ainda atordoada, Carminha é encontrada e levada ao hospital.
Ela foi estuprada, diz o médico plantonista.Carminha está grávida. Seu físico franzino, sua cabeça de adolescente e seus conceitos religiosos conspiram contra. O médico, com todo o cuidado e paciência, de forma lenta vai informando os pais.
Ele orienta a família, por razões de saúde da menina, a preparar o aborto. O médico explica que Carminha está debilitada física e psicologicamente. Ser mãe agora, diante de tal circunstância não perecia ser a melhor coisa para Carminha. E você, no lugar dos pais dela, o que faria?
Aborto é uma palavra que causa espanto, medo e preconceito. Os que se posicionam contra, sempre alegam que o aborto é um assassinato. Os contrários, quase que em regra geral, abominam a idéia de se permitir o aborto.
De certo modo, eles também abortam algo. Abortam a discussão fria, racional, séria e desprovida de conceitos religiosos. Eles abortam a idéia de um debate livre, sério e acima de tudo voltado para o entendimento.
O tema é polêmico e complexo. Os religiosos não se permitem a uma discussão do ponto de vista social, de saúde pública. Acha? Eles chegam a dizer que aborto é coisa do diabo. Abominável, ou melhor, abortável, tal idéia.
O assunto precisa ser debatido sob a ótica da ciência, do ponto vista social. Ninguém aborta e fica feliz por isso, o assunto e os envolvidos diretamente, em hipótese alguma podem ser tratados religiosamente.
Não vale apelar para a tradição judaica, a lei mosaica e os costumes da época, para reprimir a idéia do aborto.
Aliás, um texto interessante sobre o tema pode ser encontrado em Êxodo 21:22: “Se alguns homens pelejarem, e um ferir uma mulher grávida,e for causa de que aborte, porém não havendo outro dano, certamente será multado, conforme que lhe impuser o marido da mulher, e julgarem os juízes”. Ou seja, mesmo que houvesse o aborto, a pena máxima seria uma multa.
No caso de morte da mulher, porém, a pena era agravada com a morte do causador. O texto dispensa a usual hermenêutica, visto que é claro.
Se houvesse o aborto, o causador seria apenas multado. Ora, a discussão sobre o assunto precisa ser amadurecida na igreja.
As igrejas apontam o pecado e a condenação. Neste caso, o que os pais de Carminha deveriam fazer?
Na igreja, como era esperado, o pai foi orientado sobre o pecado do aborto. O pastor disse que se autorizar o aborto, o pai irá direto para o mármore do inferno.
Sobre as questões sociais que envolvem o tema, o pastor se nega a discutir. Assim como não se discute na igreja o uso de preservativos. Também é proibido falar em aborto, drogas e rock’in roll.
Aqui só discutimos bíblia, diz exaltado, o pastor.Não estamos falando sobre eugenia e nem conceitos malthusianos. Falamos de vida.
Neste contexto, não podemos visar apenas à vida do feto. A vida da gestante, vida consciente, por sinal, precisa ser discutida.
Se não se faz o aborto, a gestante morre ou carrega um trauma pelo resto de seus dias. Ou não temos casos assim?
Há casos em que a gestante não foi estuprada, porém a gravidez, embora desejável, oferece risco de morte para a gestante. Se a gestante é sua filha, qual seria sua conduta?
No caso de Carminha, uma jovem frágil, vítima de uma violência sexual que lhe trouxe a gravidez indesejada, o que fazer? Ela deve seguir em frente e para o resto de sua vida, conviver com a conseqüência de uma violência que sofreu?
Não responda agora, pense, reflita.
A questão do aborto não exige um simples posicionamento, do tipo, contra ou a favor. O assunto requer uma reflexão mais profunda, isenta e livre de nossos pré-conceitos.
Livre de um pensamente meramente religioso.

POR QUE SOU CONTRA O ABORTO - Pr Altair Pereira

O aborto é contra a vida
“Todo o indivíduo tem direito à vida a vida humana é inviolável”
De acordo com a ciência, a vida humana tem início com a fecundação, resultante da união de um espermatozoide masculino com um óvulo feminino. Cada uma das células sexuais transporta metade da informação genética do progenitor, de modo que a célula resultante da fertilização, denominada ovo ou zigoto, recebe toda a informação genética necessária para orientar o desenvolvimento do novo ser humano.

O aborto provocado, independentemente do momento em que é realizado, acarreta sempre a destruição de uma vida humana, a quem é negada a continuação do seu desenvolvimento, impedindo-se o seu nascimento e a expressão do seu potencial como criança e adulto.

Assim, qualquer referendo ou decreto-lei que legitime a morte de um ser humano indefeso, designadamente a despenalização do aborto, é um atentado claro contra a vida humana, e viola os direitos fundamentais do ser humano, expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

É CONTRA A MULHER

Qualquer interrupção da gravidez é uma agressão para a saúde física, mental e emocional da mulher. Sabe-se atualmente que qualquer mulher que aborta voluntariamente, mesmo nas melhores condições de assistência médica, tem um risco acrescido de lesões do aparelho genital, infertilidade, abortamentos espontâneos posteriores, prematuridade em gravidezes ulteriores, e muito mais.

Mais difíceis de quantificar, mas não menos importantes, são as conseqüências ao nível da saúde mental, nomeadamente depressão, sentimentos de culpa, sentimentos de perda, abuso de substâncias tóxicas e mesmo suicídio.

Ainda que a maioria dos abortos seja realizada com base no risco para a saúde mental da mulher, não há justificação de natureza psiquiátrica para o aborto. Pelo contrário, coloca as mulheres em risco de sofrerem perturbações psiquiátricas, sem resolver qualquer problema dessa natureza já existente”.

Por outro lado, a despenalização total do aborto, ainda que nas dez primeiras semanas de gravidez, em vez de valorizar a vontade da mãe da criança pode expô-la a pressões por parte de familiares, do pai da criança, da entidade patronal ou mesmo de profissionais de saúde (por um alegado risco de malformações no feto, que muitas vezes não se verifica), no sentido de interromper a gravidez, mesmo contra a sua vontade.

Quanto mais permissiva for a lei, maior é a probabilidade destas situações ocorrentes.

O ABORTO É CONTRA A CRIANÇA

Já no célebre Juramento Hipocrático (IV a. C.), ao qual os médicos têm procurado obedecer ao longo dos séculos, é expressamente referido: “não fornecerei às mulheres meios de impedir a concepção ou o desenvolvimento da criança”.

Condenamos assim, veementemente, a tese de que “as mulheres têm direito ao seu corpo”, na medida em que esse suposto direito colide com princípios que consideramos absolutos, como o direito à vida do nascituro, que apresenta identidade genética própria, distinta dos progenitores.

Nos países que despenalizaram o aborto, os seres humanos correm maior risco de terem uma morte violenta nos primeiros nove meses da sua existência do que em qualquer outro período da sua vida.

O útero materno, que deveria ser o lugar supremo de proteção da vida humana tornou-se assim tragicamente, nas últimas décadas, num dos locais mais perigosos. Além disso, sabe-se que muitas crianças, quando descobrem que a sua mãe fez um aborto, numa outra gravidez, desenvolvem perturbações mentais que podem requerer apoio psicológico ou psiquiátrico.

É CONTRA A CONSCIÊNCIA

A nível individual, é indiscutível a sensação de culpa que a realização de um aborto acarreta, tanto à mulher que a ele recorre como à pessoa que o pratica. Tal fato deve-se à consciência que cada ser humano possui, e que o ajuda na tomada de decisões morais.

Como afirma um provérbio francês, “não há travesseiro mais macio do que uma consciência limpa”.

É CONTRA DEUS

Para além de todas as razões atrás mencionadas, consideramos que o aborto é uma clara violação da vontade de Deus, revelada nas Escrituras Sagradas. O quinto mandamento declara precisamente: “não matarás” (Êxodo 20:13).

Encontramos na Bíblia a revelação inequívoca de que Deus valoriza a vida humana desde a concepção e que está envolvido no processo procriativo, como o que esta no texto seguinte, da autoria do rei David (Salmo 139: 13-16):

Como se verifica nestes textos e outros que poderiam se citados, Deus tem conhecimento de tudo que se verifica com os seres humanos desde o período da concepção, Ele pode fazer o que quer com este ser ainda que esteja em formação e que são usados como argumentos para a realização dos abortos.

Ninguém tem domínio sobre a vida de ninguém a não ser Deus como diz as escrituras Deus da a vida e somente Deus pode interrompe-la.

Aqui você pode dar sua opinião, sugestões, inclusive participar de um debate indicando um tema.

Um comentário:

  1. Você também pode ver o debate original em http://omovimentogospeldebate.blogspot.com.br/2009/06/por-que-sou-favor-do-aborto.html#comment-form

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