O padre polonês acusado de atentado violento ao pudor se apresentou à 33ª DP (Realengo) na noite desta sexta-feira (21). As informações são da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele teve a prisão preventiva decretada na quinta-feira (20) pela 1ª Vara Criminal de Bangu, no subúrbio. Segundo a Arquidiocese do Rio, o sacerdote foi afastado da igreja.
No processo, um jovem conta que, em 2007, na época com 14 anos, o pároco o coagiu e o levou à casa paroquial, na Igreja Divino Espírito Santo, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, para manter relações sexuais. Chegando lá, ele teria sido algemado e obrigado a fazer sexo oral com o religioso.
De acordo com nota enviada pela Arquidiocese do Rio, “já se encontra suspenso de suas funções paroquiais e, além do processo criminal, existe o processo canônico que foi instruído pelo Tribunal Eclesiástico que, a seu tempo, tomou as devidas providências”. O informativo não esclarece, no entanto, quando o sacerdote foi afastado de suas funções.
A Arquidiocese do Rio informou que ”lamenta o ocorrido, principalmente com as pessoas envolvidas, especialmente as possíveis vítimas”.
A assessoria de imprensa informou ainda que “as atitudes já tomadas serão mantidas e os advogados constituídos pelo próprio padre estarão acompanhando a questão enquanto se aguarda o desenvolvimento desse atual processo”.
Como foi
Segundo o relato que consta da denúncia do Ministério Público, o jovem em questão era o coroinha da igreja até 2006. No início de 2007, o adolescente foi procurado pelo padre em sua casa com uma oferta de ajuda financeira para a família. Na saída, ele teria puxado o rapaz à força e o beijado. O passo seguinte do religioso, de acordo com a denúncia, teria sido o envio de mensagens de cunho erótico via internet.
Ainda de acordo com o documento, numa data próximo ao carnaval daquele ano, o padre chamou o então adolescente à igreja, que estava deserta, e o algemou na cama da casa paroquial. Lá, ele teria despido o menor e praticado sexo oral, além de uma tentativa frustrada de penetração. No final, o pároco pôs dinheiro no bolso da vítima, exigiu segredo do acontecido e o coagiu, afirmando que já sabia as flores que depositaria em seu caixão caso a notícia viesse à tona.
‘Masmorra erótica’
No processo, o juiz Alexandre Abraahão Dias Teixeira, da 1ª Vara Criminal de Bangu, na Zona Oeste do Rio, escreve que, via internet, o padre “descreve uma intensa vida sexual com outros”, “tudo levando a crer, até mesmo pelas suas preferências sexuais, que fossem outros jovens no meio religioso”. Na decisão, o magistrado afirma que o sacerdote fez da casa paroquial uma “masmorra erótica”.
“O indícios apontam o indiciado como uma pessoa compulsivamente ligada a sexo com adolescentes, demonstrando sua franca capacidade de usar da sua postura de padre para executar a ‘lavagem cerebral’. (...) No seio destas conversas o acusado arregimentava este rebanho de inocentes jovens para levá-los a sua Casa Paroquial, subestimando sua alta relevância espiritual para transformá-la numa espécie de ‘masmorra erótica’ onde submetia estes jovens, inclusive com emprego de algemas, as orgias descritas entre risos nas ‘conversinhas’ mantidas com seus amigos na internet. A liberdade do acusado põe em sério e concreto risco a garantia da ordem pública, em especial o bem estar da juventude religiosa que frequenta as igrejas”, diz o documento.
Fonte: G1
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