domingo, 3 de abril de 2011

OMG News: Pastor que queimou Corão diz não ser responsável por ataque à ONU

Pastor evangélico Terry Jones
O pastor americano que queimou um exemplar do Corão no mês passado disse nesta sexta-feira que "não sente responsabilidade alguma" pelo ataque de manifestantes ao escritório da ONU no Afeganistão.

"Ficamos aflitos com esta notícia", declarou à France Presse o pastor evangélico Terry Jones, questionado sobre o ataque ao escritório da ONU em Mazar-i-Sharif (norte do Afeganistão), que deixou 12 mortos nesta sexta-feira, incluindo sete funcionários da ONU.

"Não nos sentimos responsáveis", acrescentou o pastor, acusando "os elementos radicais do islã de procurar uma desculpa para justificar sua violência". "Chegou o momento de pôr fim à violência que existe em países muçulmanos como Paquistão e Afeganistão", disse.

No dia 20 de março, o pastor, que comanda um pequeno grupo cristão chamado "Dove World Outreach Center", em Gainesville (sudeste dos Estados Unidos), incendiou um exemplar do Corão ao final de um "julgamento" do livro sagrado dos muçulmanos.

O pastor já tinha suscitado polêmica no mundo em setembro de 2010 quando ameaçou incendiar o Corão, mas desistiu após diversas advertências feitas por chefes de Estado, incluindo o papa Bento 16.

Os manifestantes, que atacaram a ONU no Afeganistão, fizeram uma declaração exigindo que o governo afegão "corte qualquer ligação diplomática com os Estados Unidos se o pastor que queimou o Corão não for julgado".

O Conselho de Segurança da ONU condenou nesta sexta-feira a ação contra um escritório da organização na cidade afegã de Mazar-i-Sharif, que matou ao menos sete funcionários, além de cinco dos manifestantes que invadiram o local.

"Os membros do Conselho de Segurança condenam com veemência o violento ataque contra o centro de operações", disse aos jornalistas o embaixador da Colômbia na ONU, Nestor Osorio, que é o presidente durante este mês. Segundo ele, o conselho pede ainda que o governo afegão "leve os responsáveis pelo atentado à Justiça".
Afegãos queimam bandeira americana durante manifestações contra queima do Corão
Após o ataque --no qual manifestantes revoltados com a queima do Corão pelo pastor protestante de uma igreja da Flórida (EUA) invadiram o escritório-- o CS realizou uma reunião de emergência.

Mais cedo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse a jornalistas em Nairóbi (Quênia) que o ataque foi "ultrajante e covarde". A embaixadora americana na ONU, Susan Rice, afirmou em um comunicado que a ação foi "horrenda e sem sentido".

Anteriormente, a ONU confirmou as mortes de sete funcionários estrangeiros-- entre membros e agentes da segurança-- após o ataque. "Três membros da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão [Unama, na sigla em inglês] e quatro seguranças morreram", disse Dan McNorton, porta-voz da ONU no Afeganistão.

De acordo com o porta-voz da polícia local Lal Mohammad Ahmadzai, o ataque pode ter matado até 20 funcionários. Representantes da ONU em Nova York também dizem acreditar que os mortos podem chegar a 20. De acordo com a agência de notícias Reuters, ao menos dois funcionários foram decapitados. Cinco manifestantes também morreram, e outros 20 ficaram feridos.

Se as 20 mortes forem confirmadas, será o pior ataque contra alvos da ONU no Afeganistão, e um dos mais mortíferos contra a organização nos últimos anos. O pior ataque mais recente havia sido contra uma hospedaria onde membros da ONU estavam no Afeganistão. Na ocasião, cinco funcionários morreram e outros nove se feriram.

PROTESTOS
Fumaça é vista do prédio da ONU em Mazar-i- Sharif; ataque foi motivado por queima do Corão nos EUA
Um porta-voz policial local disse que as mortes aconteceram depois que uma manifestação contra a queima de exemplares do Corão por um pregador norte-americano terminou em violência.

Após a oração da sexta-feira, milhares de pessoas foram às ruas da cidade, a mais importante do norte afegão, em protesto contra a queima de um Corão em uma igreja da Flórida (EUA) em 20 de março.

Os manifestantes lotaram as ruas da normalmente pacata cidade, e após duas ou três horas de protesto, a violência começou. Um pequeno grupo atacou o escritório da ONU, atirando pedras e escalando barreiras para tentar invadir o local.

Fonte: FSP/O Galileo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails