terça-feira, 7 de agosto de 2012

Banco do Vaticano, alvo de denúncias, leva Papa a adotar sérias medidas

Por Lays Carvalho
Um relatório, que avaliava se a problemática instituição financeira de fato está limpa ou ainda é uma carruagem para lavagem de dinheiro e outras transações questionáveis, foi apresentado há alguns dias pelos "Cães de guarda" europeus. No relatório continha sérias dúvidas sobre se o banco tomou os cuidados necessários para acabar com sua reputação de um canal para os lucros da máfia e do crime, traficantes de armas e até mesmo o financiamento do terrorismo.
Há três anos o Papa adotou serias medidas para colocar em ordem o Banco do Vaticano. Isso aconteceu depois que evidências apontaram o Diretor do IOR -Instituto para Obras de Religião- desde 1990, Mons. Angelo Caloia, como o responsável pela expansão da lavagem de dinheiro e mantenedor contas secretas favorecendo políticos, razão pela qual o banco se tornou famoso nos anos 1970 e 1980.     
Mas parece que nem todos na Cúria do Vaticano, sede da Igreja Católica Romana, um Estado-nação independente, toleram a política de transparência adotada pelo Papa para o IOR. Algumas das resistências entre os altos funcionários do Vaticano sobre a política de transparência bancária do Papa baseiam-se em defender a soberania da Santa Sé, que está sob pressão constante das autoridades italianas. Porém, outros parecem ter menos razões de princípio para querer defender o sigilo da IOR. Valores de 35.000 em contas, $ 7,5 bilhões em ativos e US $ 55 milhões por ano, é o que o banco arrecada para a igreja. 
Recentemente o banqueiro, Ettore Gotti Tedeschi, foi demitido pelo conselho financeiro do IOR, que dizia que ele havia se tornado um obstáculo à transparência. Mas, esta atitude não parece ser a visão da  Polícia Nacional da Itália, que deteve Tedeschi em junho como parte de uma investigação sobre corrupção. Quando um policial revistou a casa e o escritório do banqueiro, eles descobriram um processo que inclua muitos arquivos e informações sobre o Banco do Vaticano, arquivos que traziam informações sobre contas anônimas numeradas e mensagens que indicam como os funcionários da IOR têm acesso aos regulamentos europeus.
Depois de vários executivos serem abordados pelo assunto, e o banco ter suas atividades questionadas e terminarem sendo alvo de denúncias, a fama de empresa criminosa decolou em 1969, quando o banqueiro, advogado e Mafioso Don Michele Sindona (O Tubarão) recebeu a tarefa de dirigir o banco através de seu velho amigo, o Papa Paulo VI. Sidona usufruiu do banco para lavagem de lucros de sua família, provenientes do tráfico de heroína. No final de 1970, Tubarão e seu banco tornaram-se objeto de investigações por parte de juízes italianos, procuradores e políticos, que por coincidência ou não, foram assassinados.
Isso também aconteceu com Sidona que, cumprindo pena de 25 anos por assassinato, foi envenenado em sua cela com cianeto em seu café. A má fama da IOR  cresceu quando o arcebispo Paul Marcinkus assumiu a direção e foi indiciado como um acessório no colapso de US $ 3,5 bilhões do associado Banco Ambrosiano, que era usado para lavar dinheiro da máfia ligada ao trafico de drogas. Marcinkus escapou do julgamento por causa da imunidade diplomática. Mas o chefe do Banco Ambrosiano, Roberto Calvi, foi encontrado enforcado em Blackfriars Bridge, em Londres, em 1982.
OMG News

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails