quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Oração contra casamento gay causa polêmica na França


Uma oração, que será lida nas missas das igrejas da França, causou polêmicas por focar-se na família e filhos com o intuito de ressaltar a oposição ao casamento gay.

Na chamada Oração para a França pede-se que as crianças e jovens “deixem de ser objetos dos desejos e conflitos dos adultos para beneficiar-se plenamente do amor do pai e da mãe”, de acordo com a AFP.

Os responsáveis pelo texto foram os bispos da França em resposta ao Presidente Francois Hollande, que prometeu legalizar o casamento gay e a adoção de filhos no próximo ano.

A Oração para a França era um costume secular originado no século 17, quando o rei Luís XIII da França decretou que todas as igrejas orassem no dia 15 de agosto para o bem do país. Ela acabou não sendo mais feita depois da 2° Guerra Mundial.

Segundo um porta-voz da Igreja Católica, Dom Bernard Podvin o renascimento da oração foi para “aumentar a consciência da opinião pública sobre graves escolhas sociais”.

Grupos de ativistas gays se enfureceram com a oração que será lida em todas as congregações da França nesta quarta-feira, 15 de agosto, dia que marca a festa da Assunção. Eles acusaram a igreja de homofobia e de interferir na política.

"Ele está insinuando que é perigoso para uma criança ser educada por pais do mesmo sexo. O texto da oração é homofóbico. Definição de família da igreja está longe da realidade das diversas famílias que vemos hoje - do mesmo sexo, mista ou famílias monoparentais. Nós estamos pedindo que todos os diferentes tipos de famílias sejam reconhecidas, no interesse da criança e dos pais", disse o porta-voz do grupo Inter LGBT, Gougain, segundo a publicação Digital Journal.

O casamento do mesmo sexo já é legalizado em vários países da Europa, incluindo os tradicionalmente católicos Espanha e Portugal.

Na França, mais da metade da população é a favor do casamento homossexual (65%), segundo pesquisa realizada pela Ifop; e a favor da adoção de crianças por casais homossexuais (53 por cento), segundo divulgou a pesquisa feita pela La Lettre de L’Opinion.

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