Marina Silva |
Durante a participação de Al Gore e Tim Berners-Lee na Campus Party, a plateia dividiu a atenção com Marina Silva, que assistiu atentamente a concorrida palestra.
Como os dois palestrantes saíram de cena logo após o término, os holofotes se dirigiram para Marina, que no início da participação de Gore foi cumprimentada pelo também ativista verde. Como sempre muito simpática, não por acaso Marina Silva foi parar nos Trending Topics mundiais, enquanto causava atropelos nos corredores lotados do Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo.
Tive o prazer de entrevistá-la logo após sua fala no Painel de Mídias Sociais (que aconteceu poucas horas após o de Gore e Berners-Lee), e perguntei-lhe qual a sua opinião sobre o Wikileaks e se iria ficar numa posição mais claudicante como a do ex-vice presidente dos EUA. Ao contrário do colega de militância dos EUA, entretanto, que não defendeu o Wikileaks em sua fala, Marina Silva não ficou em cima do muro.
Defendendo um modelo democrático da circulação da informação, Marina foi taxativa no caso Wikileaks: "A satanização que vem sendo feita do Wikileaks ou do seu fundador não é a solução, mas sim qual o modelo que garantirá a liberdade de expressão e também o aperfeiçoamento dos governos para proteger informação estratégicas, sem que se criem verdadeiras caixas-pretas, que levam ao descuidado", disparou Marina Silva. Certamente, um discurso que poderia também pautar o proferido horas antes pelo seu declarado fã, o também verde Al Gore, que preferiu desviar-se da pergunta, alegando tratar-se de uma questão estritamente legal, e não de liberdade de expressão.
Coube também ao criador da Web, Tim Berners-Lee também dar uma mãozinha, durante a palestra conjunta na Campus Party. Quando se falava sobre o controle da internet, Al Gore "pulou" uma abordagem mais aprofundada do assunto Wikileaks mas não se negou a uma análise bem mais profunda do que acontece atualmente na Tunísia, onde acontecem vários protestos contra o governo que têm maior apoio na web, gerando o que alguns chamam de Revolução do Jasmin (outros de Revolução Facebook). Já Tim Berners-Lee, puxou o assunto para o seu quintal (o mesmo de Al Gore, imagina-se), e questionou que nos EUA o governo Obama busca a aprovação de uma polêmica Lei (Combating Online Infringement and Counterfeits Act - COICA), que tem em Bernes-Lee um de seus maiores opositores. Ele falou o óbvio, pois de nada adianta se aplaudir movimentos civis no exterior e criticar os que acontecem em sua própria casa, ou aqueles que não lhe agrade. Era para ter sido mais uma que um dos líderes democratas, poderia ter deixado de ouvir.
Informações Terra Magazine / Emerson Damasceno / O Galileu
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