sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

OMG News: Sociedade se mobiliza para ajudar as vítimas dos temporais

Saiba como fazer doações para as vítimas das chuvas no Rio de Janeiro, onde já morreram mais de 500 pessoas.

Os apelos para ajudar as vítimas das chuvas na região serrana do Rio começaram a surtir efeito ontem. As secretarias estaduais, bombeiros, Polícia Militar, Metrô e diversas ONGs, como Cruz Vermelha e Viva Rio, disponibilizaram pontos de coleta de donativos. Mais de 60 toneladas de mantimentos e 2 mil colchões já foram enviados pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos para as principais cidades atingidas.

A solidariedade surpreendeu até os funcionários do Instituto Estadual de Hematologia do Rio de Janeiro (Hemorio). Cerca de mil doadores compareceram ao local - a média diária é de 300, mas cai para 200 nas férias -, a fila de espera chegou a três horas e a instituição foi obrigada a estender o horário de atendimento. Até as 20 horas, mais de 600 bolsas tinham sido coletadas.

O Hemorio abastece cerce de 180 hospitais no Estado e havia pedido doação especial anteontem. A instituição lembra que só as pessoas entre 18 e 65 anos podem doar sangue. É preciso pesar mais de 50 quilos, estar bem de saúde e levar um documento oficial com foto. São 26 postos de atendimento, que funcionam das 7 às 18 horas. Para saber qual é o mais próximo, basta ligar para 0800-282-0708.

Necessário

Em situações de calamidade, uma das dificuldades para distribuir os donativos é o tamanho das embalagens. Muitas vezes, não há nem voluntários suficientes para triagem nem espaços adequados para a separação sem que a qualidade dos alimentos seja comprometida. Por isso, é melhor doar água mineral em garrafas, por exemplo. Além dos alimentos não-perecíveis, os de pronto consumo - como massas e sopas desidratadas, biscoitos e cereais - facilitam o atendimento aos desabrigados e desalojados.

Leite em pó, cestas básicas, materiais de higiene e limpeza, fraldas descartáveis, absorventes, velas, isqueiros, agasalhos, roupas de cama e banho, cobertores e colchões estão na lista de prioridades. Em Sumidouro, por exemplo, a prefeitura comprou todos os colchões que estavam à venda na cidade, mas não foram suficientes. Já a prefeitura de Teresópolis pede também gelo, termômetros, luvas descartáveis, lanternas e motosserras. A Viva Rio também recebe eletrodomésticos.

Internet

Usuários de redes sociais trocavam telefones ontem para combinar o transporte de mantimentos. Também divulgavam endereços de postos de arrecadação e contas bancárias. Até Petkovic, jogador do Flamengo, divulgou ter aberto uma conta para ajudar (veja abaixo).

As Estações de Metrô Ipanema-General Osório, Siqueira Campos, Botafogo, Carioca, Glória, Largo do Machado, Catete, Central, Saens Peña, Nova América-Del Castilho e Pavuna viraram postos de arrecadação. Assim como as Lojas Americanas e os Shoppings Bangu, Carioca, Duque de Caxias, Passeio, Santa Cruz, Grande Rio, Via Parque, Iguatemi e Leblon, o Ministério Público Estadual, a Defesa Civil e as filiais fluminenses do Sesc, Senac, Sesi e Senai.

Saiba como fazer doações para as vítimas das chuvas


O governo do Estado e as prefeituras de cidades atingidas pelas chuvas na região serrana do Rio estão recebendo doações em dinheiro e de materiais diversos. Mais de 500 pessoas já morreram nas cinco cidades afetadas.

A Prefeitura de Teresópolis abriu uma conta bancária para receber as doações. A conta, do Banco do Brasil, aceita depósitos de qualquer valor. O número da agência é 0741-2 e o número da conta é 110000-9.

Doações de alimentos, roupas, cobertores, colchonetes e itens de higiene pessoal (sabonete, pasta dental, fralda descartável, absorvente) podem ser entregues no ginásio Pedro Jahara ("Pedrão"), à rua Tenente Luiz Meirelles, 211, centro.

O local também recebe famílias desabrigadas pelo temporal, e uma estrutura emergencial está sendo montada, com tendas e banheiros públicos.

Em Petrópolis, a Secretaria de Trabalho, Ação Social e Cidadania montou dois postos para doações de água, colchonetes e materiais de limpeza e higiene na região de Itaipava.

Um deles fica na Igreja Wesleyana, no vale do Cuiabá, e outro na Igreja de Santa Luzia, na estrada das Arcas. Um terceiro posto foi montado na sede da secretaria, no centro da cidade, na rua Aureliano Coutinho, 81.

A Secretaria de Governo também está recebendo doações de qualquer tipo de para as vítimas das chuvas. O governo alerta que água mineral e leite em pó são alguns dos itens mais necessitados na região, devido ao grande número de crianças desabrigadas.

Todos os batalhões da Polícia Militar do Rio e os 106 quartéis do Corpo de Bombeiros também estão recebendo doações.

A Secretaria de Assistência Social montou postos de doações na capital e nas cidades afetadas: rua Voluntários da Pátria, 120, Botafogo, no Rio; rua General Castrioto, 589, Barreto, em Niterói; rua General Osório, 12, centro de Petrópolis; estrada União Indústria, 11.850, Itaipava; rua Josafá Cupelo, 390, Fátima, em Teresópolis; avenida Julius Antônio Thuller, 480, Olaria, em Nova Friburgo.

A ONG Viva Rio também realiza campanha de arrecadação de roupas e alimentos para a região serrana. As doações podem ser feitas na sede da ONG na cidade do Rio, na rua do Russel, 76, Glória. Mais informações pelo 0/xx/21/2555-3750.

A Polícia Rodoviária Federal no Rio está colaborando no atendimento às vítimas. Todos os postos, delegacias e a sede da corporação estão recebendo doações --são cerca de 25 locais ao longo dos 1.400 km de rodovias federais no Estado.

Quem quiser colaborar pode ligar para o telefone 191 e se informar sobre o ponto mais próximo. Os donativos serão repassados à Cruz Vermelha Brasileira, que vai fazer a triagem e distribuição dos mantimentos.

O Ministério Público do Rio também está recebendo doações, que serão encaminhadas à Defesa Civil estadual. As doações são aceitas na sede da instituição, à avenida Marechal Câmara, 370, no centro do Rio. O local funciona das 10h às 17h, de segunda a sexta-feira.

A Defesa Civil de Angra dos Reis, cidade fluminense arrasada por deslizamentos no início de 2010, vai montar dois postos de arrecadação no centro: na Casa Laranjeiras, em frente à praça Zumbi dos Palmares; e na praça Codrato de Vilhena. As equipes estarão nos pontos das 9h às 16h30.

"É um momento de nos solidarizar com essas cidades que enfrentam a dor da perda de seus cidadãos e de seus bens materiais. Nós já passamos por isso, e a ajuda de todos foi imprescindível para a retomada de nossas vidas", afirmou o secretário de governo, Alexandre Soares.

Nas lojas do grupo Pão de Açúcar na Grande São Paulo e no Rio foram montados postos de coleta de arrecadação de donativos às vítimas dos dois Estados. São 330 estabelecimentos das redes Pão de Açúcar, CompreBem, Extra e Assaí que recebem alimentos, roupas e cobertores até o dia 26 de janeiro.

A Federação Israelita do Rio montou três postos de arrecadação na capital fluminense: rua Barata Ribeiro, 489, Copacabana; rua das Laranjeiras, 364, Laranjeiras; e rua São Francisco Xavier, 104, Tijuca.

O Itaú Unibanco abriu uma conta para receber doações para o Fundo de Assistência Social do Rio. A conta aceita depósitos de qualquer valor. O número da agência é 5673, e o da conta é 00594-7. O CNPJ do fundo é 02932524/0001-46.

As agências do banco no Rio também recebem roupas, cobertores, materiais de limpeza e higiene, água e alimentos.

O Bradesco também abriu uma conta, em nome da Obra Social do Rio, para receber doações. Os dados da conta são: agência 3176-3, conta 500001-7.

A Caixa Econômica Federal abriu uma conta para a Defesa Civil estadual. As doações, destinados ao atendimento dos moradores da região serrana, podem ser feitas na conta 2011-0, agência 0199, operação 006.

Os 63 restaurantes do McDonald's na cidade do Rio estão recebendo donativos --menos alimentos. A rede de fast food pede fraldas, cobertores, toalhas, e produtos de higiene e limpeza.

SANGUE

O Hemorio, órgão da Secretaria de Saúde, precisa de cerca de 300 bolsas de sangue para as vítimas das chuvas no Rio de Janeiro. Esse número pode aumentar dependendo da demanda dos hospitais locais.

Por problemas de infraestrutura, falta de luz e bloqueio das estradas, os postos de coletas nas três cidades da região serrana não estão funcionando.

Para doar sangue é preciso ter entre 18 e 65 anos de idade, pesar mais de 50 quilos, estar bem de saúde e levar um documento oficial de identidade com foto.

A população pode comparecer ao hemocentro (r. Frei Caneca, 8, região central), das 7h às 18h, ou em um dos 26 postos de coleta de sangue no Estado. Para informações sobre endereços e horários basta ligar no 0800-282-0708.


QUATRO PERGUNTAS PARA...

Ana Angélica Ferreira Couto, PSICANALISTA

1. Por que as pessoas se mobilizam para ajudar os atingidos por tragédias como a do Rio?

Apesar de as pessoas estarem distantes fisicamente desses grandes desastres, a TV e os jornais as colocam emocionalmente muito próximas dos fatos. Essa emoção faz agir. Forma-se uma corrente que afeta mesmo quem nada sofreu diretamente. São pessoas que hoje também se sentem cada vez mais vulneráveis.

2. Essa emoção com os recentes acontecimentos no Rio aparece no consultório?

Sim. Em todas as sessões que fiz nos últimos dias, o tema das enchentes no Rio veio à tona. As pessoas chegam ao consultório e choram. A cena daquela senhora sendo resgatada no meio da enxurrada, por exemplo, foi muito citada pelos pacientes. É uma mistura de medo, angústia, que provoca a solidariedade.

3. Como o impacto dessas tragédias se reflete no dia a dia?

Desde a tragédia de Angra dos Reis, no ano passado, tive de conversar com crianças que ficaram impressionadas com as cenas. As mães me contam que, quando começa a chover, elas ficam com medo de que a casa onde moram sofra os males ocorridos nesses locais de tragédia. (No dia 1.º de janeiro de 2010, a chuva em Angra fez 52 vítimas)

4. Como a senhora lidou pessoalmente com a tragédia?

Fiquei muito nervosa. O consultório está localizado em Nova Iguaçu e uma paciente havia viajado a Petrópolis para passar férias. Fiquei muito apreensiva, sem notícia dela. Mas consegui contato e soube que está tudo bem. Mas a comoção desse caso é incomparável. O sofrimento parece mais visível e também estou muito emocionada.

A tragédia em imagens:

Veja mais de cem fotos das enchentes no Rio de Janeiro. Clique aqui.

Fonte: Estadão e Folha Online

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