Um estudo da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, afirma que o tamanho das refeições mostradas em vários quatros da "Última Ceia" foram aumentando com o passar dos anos, refletindo o aumento do tamanho das porções ingeridas em refeições através dos séculos.
Especialistas em obesidade estudaram 52 das pinturas mais famosas desta cena bíblica, criadas no último milênio, para analisar o tamanho da ceia. Entre as obras analisadas está "A Última Ceia" de Leonardo Da Vinci e representações criadas pelo pintor alemão renascentista Lucas Cranach e por Rubens.
A conclusão foi de que os acompanhamentos, pão e pratos colocados diante de Jesus e dos apóstolos aumentaram, progressivamente, em até dois terços.
Os pesquisadores afirmam que a descoberta sugere que o fenômeno - servir porções maiores em pratos maiores - ocorreu de forma gradual no decorrer do milênio.
"Os últimos mil anos testemunharam aumentos dramáticos na produção, disponibilidade, segurança, abundância e capacidade de adquirir alimentos", afirmou o professor Brian Wansink, que liderou a pesquisa junto com seu irmão Craig Wansink.
"Acreditamos que, assim como a arte imita a vida, estas mudanças foram mostradas em pinturas sobre o mais famoso jantar da história", acrescentou.
A pesquisa foi publicada na revista especializada International Journal of Obesity.
Tecnologia
A equipe da Universidade de Cornell usou computadores para examinar os quadros e calcular medidas relativas dos objetos mostrados. Os pesquisadores se basearam na suposição de que, naquela época, um pão inteiro deveria ter, em média, uma largura correspondente a duas vezes a largura média da cabeça de um dos discípulos retratados para, com isso, calcular o tamanho dos pratos.
Os cientistas afirmam que as refeições principais aumentaram em 69% e o tamanho do prato aumentou 66% entre a pintura da "Última Ceia" mais antiga analisada (um quadro de cerca do ano 1000) e a pintura mais recente (dos anos 1700). O tamanho do pão, segundo estas análises, aumentou em cerca de 23%. Os aumentos maiores foram vistos em pinturas criadas depois de 1500.
Craig Wasink, que é professor de estudos religiosos, afirma que as mudanças nos tamanhos das porções provavelmente é o reflexo da cultura nos quadros, e não da teologia.
"Não há razões religiosas para as refeições ficarem maiores. Pode ser que as refeições realmente tenham crescido, ou que as pessoas simplesmente ficaram mais interessadas em comida", afirmou.
Mas, Charlene Shoneye, nutricionista da instituição de caridade britânica ligada ao controle do peso Weight Concern, afirmou que não está surpresa "por estas descobertas, pois o tamanho de nossos pratos e porções de comida aumentaram".
"Por exemplo: há 20 anos a maioria das batatas fritas vinham em pacotes de 20 gramas. Agora elas vem em pacotes de 30 gramas, 50 gramas ou até 60 gramas, e ainda estamos comendo o pacote todo."
"Este aumento no tamanho mudou nossa percepção do que é normal", acrescentou.
Fonte: BBC Brasil
Especialistas em obesidade estudaram 52 das pinturas mais famosas desta cena bíblica, criadas no último milênio, para analisar o tamanho da ceia. Entre as obras analisadas está "A Última Ceia" de Leonardo Da Vinci e representações criadas pelo pintor alemão renascentista Lucas Cranach e por Rubens.
A conclusão foi de que os acompanhamentos, pão e pratos colocados diante de Jesus e dos apóstolos aumentaram, progressivamente, em até dois terços.
Os pesquisadores afirmam que a descoberta sugere que o fenômeno - servir porções maiores em pratos maiores - ocorreu de forma gradual no decorrer do milênio.
"Os últimos mil anos testemunharam aumentos dramáticos na produção, disponibilidade, segurança, abundância e capacidade de adquirir alimentos", afirmou o professor Brian Wansink, que liderou a pesquisa junto com seu irmão Craig Wansink.
"Acreditamos que, assim como a arte imita a vida, estas mudanças foram mostradas em pinturas sobre o mais famoso jantar da história", acrescentou.
A pesquisa foi publicada na revista especializada International Journal of Obesity.
Tecnologia
A equipe da Universidade de Cornell usou computadores para examinar os quadros e calcular medidas relativas dos objetos mostrados. Os pesquisadores se basearam na suposição de que, naquela época, um pão inteiro deveria ter, em média, uma largura correspondente a duas vezes a largura média da cabeça de um dos discípulos retratados para, com isso, calcular o tamanho dos pratos.
Os cientistas afirmam que as refeições principais aumentaram em 69% e o tamanho do prato aumentou 66% entre a pintura da "Última Ceia" mais antiga analisada (um quadro de cerca do ano 1000) e a pintura mais recente (dos anos 1700). O tamanho do pão, segundo estas análises, aumentou em cerca de 23%. Os aumentos maiores foram vistos em pinturas criadas depois de 1500.
Craig Wasink, que é professor de estudos religiosos, afirma que as mudanças nos tamanhos das porções provavelmente é o reflexo da cultura nos quadros, e não da teologia.
"Não há razões religiosas para as refeições ficarem maiores. Pode ser que as refeições realmente tenham crescido, ou que as pessoas simplesmente ficaram mais interessadas em comida", afirmou.
Mas, Charlene Shoneye, nutricionista da instituição de caridade britânica ligada ao controle do peso Weight Concern, afirmou que não está surpresa "por estas descobertas, pois o tamanho de nossos pratos e porções de comida aumentaram".
"Por exemplo: há 20 anos a maioria das batatas fritas vinham em pacotes de 20 gramas. Agora elas vem em pacotes de 30 gramas, 50 gramas ou até 60 gramas, e ainda estamos comendo o pacote todo."
"Este aumento no tamanho mudou nossa percepção do que é normal", acrescentou.
Fonte: BBC Brasil
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