George Clooney fala a jornalistas (Foto: Kevin Lamarque/Reuters) |
Após ser preso por protestar em frente à embaixada do Sudão, e fazer uma manifestação para chamar a atenção à crise humanitária que acontece no sul daquele país, o ator George Clooney foi solto.
O fato ocorreu após o pagamento de fiança nesta sexta-feira, depois que o ator foi acusado de tentar invadir a embaixada e ter sido levado algemado.
Clooney, seu pai Nick e outros ativistas ignoraram três alertas policiais para deixarem a área da embaixada e foram levados algemados em uma van do Serviço Secreto.
Diante de muitas câmeras e jornalistas que estavam no local, Clooney pediu que o governo do Sudão autorize que a comunidade internacional envie ajuda à região “antes que esta se converta na pior crise humanitária do mundo”.
Assim como Clooney, centenas de manifestantes gritavam palavras de ordem contra o presidente do Sudão, Omar al-Bashir. "Sudão: Pare de usar a comida como arma", bradavam os populares.
O ator esteve recentemente em Kordofan do Sul, um estado do Sudão onde ocorrem combates entre o exército do atual governo, Cartum, e os rebeldes favoráveis à anexação com o Sudão do Sul que estão levando à fome na região.
Já nos EUA, Clooney acusou o governo de Cartum de crimes de guerra e falou sobre o assunto diante de uma comissão no Senado.
Ele chegou a falar diretamente a Barack Obama, quando pediu que o presidente americano pressionasse seu colega chinês Hu Jintao para evitar um desastre humanitário no Sudão.
A China seria um dos principais parceiros de Cartum e segundo o ator está mais inclinada a levar em conta mais argumentos econômicos que morais pois o conflito entre o Sudão e o Sudão do Sul tem impacto negativo no fornecimento de petróleo para Pequim.
O ator vem há meses mostrando seu engajamento com a questão da violência no Sudão e tentando alertar a imprensa e governo sobre os fatos que lá ocorrem.
Segundo Princeton Lyman, enviado especial dos Estados Unidos ao Sudão, a região está a caminho de "uma grave crise humanitária". Isso estaria ocorrendo devido aos bombardeios constantes das forças de governo, que impedem a prática da agricultura, segundo a Veja.
"O Sudão deve permitir o acesso humanitário internacional, e o mundo não pode permanecer quieto. Certamente os Estados Unidos não podem fazer isso", afirmou Lyman.
Após quase duas décadas de Guerra civil, o país se tornou independente em julho do ano passado.
No entanto, outro conflito emergiu próximo a Kordofan do Sul, em que o governo combate forças insurgentes.
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