A senadora Marina Silva (PV-AC) classificou nesta quarta-feira como uma "metáfora infeliz" a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a necessidade de fazer alianças. "Nem todas as metáforas são felizes e essa é uma metáfora infeliz", criticou Marina.
Em entrevista à Folha de São Paulo, Lula disse que Jesus Cristo teria que fazer uma coalizão com Judas se precisasse de apoio numa votação. "Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão", afirmou Lula.
"Nem todas as metáforas são felizes e essa é uma metáfora infeliz. Obviamente que Jesus já nos mostrou que a aliança com Judas, quando a gente já sabe que ele é Judas, não deve ser feita. Jesus apostou que Judas poderia fazer diferente o tempo todo, mas quando ele se declarou Judas, não houve mais um lugar naquele momento. Foi uma metáfora infeliz", afirmou Marina.
Questionada se o PMDB --que nesta semana fez um pré-acordo com o PT para as eleições de 2010-- seria o Judas, Marina ressaltou que existem muitas pessoas sérias dentro do partido e que se o assunto for generalizado poderia cometer injustiças.
A senadora também defendeu a reforma política como forma de evitar que os partidos deixem de se comportar como "máquinas de ganhar poder".
"Os partidos precisam deixar de se comportar como máquina de ganhar poder e assumir que tem que discutir projetos ideias e o que pensa para o país. Obviamente que isso só vai acontecer se fizermos a reforma política. Mas os partidos não são o problema. O problema é o que estão fazendo com essas estruturas que estão cada vez mais virando espaço de ganhar o poder pelo poder", disse.
Evangélica da Assembleia de Deus, Marina participou hoje do simpósio "Espiritualidade do Cuidado" promovido pela Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo sobre ambiente.
A senadora falou sobre a necessidade do "uso cuidadoso" dos recursos naturais do planeta e se identificou com os fiéis ao chamá-los de irmãos e citar vários trechos da Bíblia. Também sugeriu aos líderes da igreja que, quando forem trocar o púlpito, que exijam um móvel de madeira certificada.
O pastor titular da Primeira IPI, Abival Pires da Silveira, explicou que a presença de Marina não teve objetivo eleitoral, uma vez que a senadora é pré-candidata à Presidência da República. Segundo ele, o simpósio começou a ser preparando há de um ano, antes de Marina deixar o PT e mudar o cenário político nacional. "Não tem conotação política, embora os outros usar politicamente", disse.
Fonte: Folha Online
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