Este fim de semana morreu meu colega de trabalho e amigo Humberto BAitelo. Baitelo era jornalista, professor universitário, foi secretario da prefeitura de Mirassol em épocas passadas, militante político das melhores causas e morreu num acidente de carro na W.Luis provocado por um garoto de 18 anos, bêbado dirigindo a mais de 150 por hora e que havia ganho o carro dos pais aos 16 anos. Meu amigo Humberto seguia em sua mão normalmente quando foi violentamente atingido por trás, a pancada foi tão forte que ele morreu na batida e não nos seguidos capotamento do carro.
O garoto matou Baitelo. Professor, pai, uma liderança e uma inspiração para os alunos, cara ético, serio, coisa rara nos dias de hoje, morreu por que um garoto resolveu encher a cara e dirigir.
Matou não apenas o Humberto, matou o que ele fazia, matou as pessoas que nele se inspiravam, matou um pouco de todos os amigos dele. Matou o que ele ainda faria, as pessoas que educaria, matou a alegria dos amigos que com ele tinham relação.
A morte do Baitelo é fruto do culto à cerveja no Brasil. Sua morte é fruto da idéia de que ser homem é beber, encher a cara e contar na segunda feira quantas caixas de cerveja foram tombadas no fim de semana. Este garoto pode contar que bebeu todas e ainda matou o Baitelo.
A morte do BAitelo é conseqüência de uma sociedade que abandonou qualquer compromisso com a educação e a formação ética e moral dos jovens. A molecada está livre para fazer o que bem entender, matar inclusive. A juventude de hoje, em geral, é o oposto daquilo que a sociedade deveria cultivar. Seu julgamento das coisas é o avesso da realidade. A covardia e a apatia dos adultos deram a jovens como este que matou Baitelo, o direito de mandar e desmandar, fazer e desfazer sem responsabilidade alguma. Matam e nada acontece. Dizem que o garoto é de casta nobre, diga-se rica, de Mirassol. Com isso estamos dizendo quase tudo do que irá acontecer daqui para frente.
A sociedade caminha à beira do abismo guiada por uma juventude sem rumo, sem direção, sem compromisso e isso tudo pelo simples motivo de que são jovens. Me Desculpe meus jovens, mas vocês foram convencidos de que são a vanguarda da sociedade, não são, os adultos deveriam ser, mas abdicaram deste papel, se acovardaram, estão entretidos demais com a própria beleza para pensar nos rumos que a sociedade deve tomar.
Baitelo, um homem que não se furtava o dever de ser adulto foi morto por um garoto que provavelmente nunca conheceu um adulto que lhe educasse.
BAitelo, você fará falta. Lamentavelmente não pude conhecê-lo mais, mas espero e confio que esteja bem agora.
Luciano Alvarenga
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