Pastor Drive Thru |
Por Jussara Teixeira
O fiel chega em seu carro, escolhe o lugar onde estacionar, pega um boletim e liga o rádio. Olhando para o pregador à sua frente, assiste ao culto, que inclui louvores e pregação e depois da bênção ao final, sai em direção à sua casa.
A fórmula de culto ‘drive thru’ foi colocada em prática pelo pastor David Ray, da Igreja Presbiteriana do Mestre e ocorre todos os domingos às 9 da manhã no estacionamento de uma escola de ensino médio em Lucas, Texas.
Batizado pelo pastor Ray de Sanctuary Under the Sky (Santuário a Céu Aberto), o objetivo do projeto é atrair pessoas que não estão dispostas a participar de cultos convencionais. Segundo Ray, Jesus iria gostar da iniciativa.
“Tudo que ele fazia era a céu aberto, sermões inclusive. Dentro de quatro paredes de um templo ele só encontrou problemas”, afirma
No Brasil, a idéia já foi adotada pela Igreja Universal do reino de Deus, que criou o drive thru de oração, no bairro de Vila Mariana, em São Paulo, com o intuito de oferecer orações a quem está no trânsito e não tem tempo de ir ao culto.
A modalidade não é nova e hoje é amplamente utilizada por cadeias de lanchonetes e bancos. Antigamente, existiam os cinemas drive thru, onde as pessoas assistiam os filmes de dentro do carro olhando para uma tela enorme à sua frente e ouviam o som do filme numa frequência específica nos rádios do automóvel. A idéia do empreendimento, no caso de cinema e lanchonetes, é aliar o conforto e a privacidade do automóvel com uma forma barata de diversão.
Fiéis como Gene Schulle gostaram da iniciativa. “Esta é a primeira vez que usei shorts na igreja”, explica Schulle.
Dotty Claybrook, que participou do culto disse que o contato com a natureza é muito bom e acrescenta que para adorar a Deus prefere um ambiente mais íntimo – sozinha em seu carro.
Na análise de Rodrigo Leitão, pastor da Comunidade Presbiteriana de Jaguariúna, a busca de comodidade implícita no sistema drive thru está aliada a uma mentalidade consumista e na procura por atender aos seus desejos imediatos. Para ele, os Cristãos querem muitas vezes a forma mais fácil.
“Essa modalidade atrai Cristãos que procuram um serviço que lhes forneçam o atendimento de uma necessidade imediata”, diz, e continua: “é o mesmo que procurar uma igreja que ofereça um bom estacionamento ou uma escola dominical infantil que cuide bem de seus filhos”, explica.
De acordo com líder, a modalidade não é uma forma de evangelismo e não desenvolve os dons e serviços à igreja. “Muitas vezes nós cristãos não pensamos em servir, e sim e ser servidos”, conclui.
Fonte: The Christian Post
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